8:25 pm | Para ti

Há amores assim. Bastou uma conversa para parecer que te conhecia desde sempre. Desde o inicio que sabia o que sentias, quando mentias, quando precisavas de conversar e de ter alguém com quem contar. Desde o primeiro momento, senti que tínhamos uma ligação, algo especial, mas não sabia explicar. Gostava muito de estar contigo, de te ouvir, de quando tu me ouvias… Percebi que era amor quando me abraçaste e eu senti as pernas a tremer, quando comecei a imaginar o nosso primeiro beijo, quando queria passar todos os momentos a teu lado.
Uma vez disseste que somos iguais e tens razão. Será esse o problema? A verdade é que como te sentes eu também me sinto, o que já te acusei de me fazeres eu fiz-te exactamente o mesmo, tinhas problemas de trás mal resolvidos e querias que alguém te amasse de verdade, exactamente como eu. Será mesmo este o problema? Foi o ler-te tão bem que nos aproximou tanto, é o que nos vai separar?
Depois de uma outra relação pensei que sabia tudo sobre o amor mas não é de todo verdade. Passado este tempo apercebi-me que nunca tinha amado realmente, que aquelas paixões que parece que nos vão matar de desgosto e de dor em nada se comparam com aquilo que senti por ti. Fizeste-me ver que por mais zangas e discussões, com ou sem nexo, essas mesmas discussões não vão passar de vírgulas na nossa história e que o importante é sermos capazes de nos apercebermos que somos mais essenciais um para o outro do que qualquer tipo de ciúme ou birra. Isto porque, quando discutimos e nos zangámos, aprendemos mais um sobre o outro e isso devia servir para nos tornar mais fortes, para não deixar que qualquer coisinha nos afecte, pois muitas vezes as coisas parecem ter uma importância enorme mas não passam disso mesmo, coisinhas.
Tu, em quem confiei, a quem contei muito ou tudo do que era importante para mim, a quem me dei, nas palavras e nas emoções continuas a ser o centro do meu pensamento.
"Algo só acaba quando o ultimo desiste", dizem por aí... As lágrimas que ensoparam a minha almofada e que tu limpas-te, os abraços, os chás que te fazia quase de madrugada, os risos, os passeios, as danças na cozinha, as rosas que me deixavas na cama, as noites em que dormimos de mão dada, os segredos revelados, o pedido de namoro, as tuas lágrimas na minha roupa, os planos feitos e as promessas debaixo dos lençóis. Há tanta coisa tua em mim, em todos os cantos a que vou, em todos as lembranças felizes que tive ultimamente, em todos os momentos maus em que estávamos ao lado um do outro...
Já nos magoámos é certo, mas será isso mais importante? Meras palavras são mais importantes que tudo o que passámos e que nos une?
(Vou-te contar um segredo - Os olhos não mentem, decifro os teus desde o primeiro dia, e por muito que as palavras digam o contrário os olhos atraiçoam-te, a realidade é que sempre atraiçoaram).
Pois, a verdade é que apareceste na minha vida num momento tão frágil, tão cheio e ao mesmo tempo tão vazio, tão cheio de coisas e pessoas novas e tão vazio de crédito no amor. No momento em que pisaste o chão da minha vida o meu coração tentava recompor-se de um grande furacão que o tinha deixado destruído, sendo que o teu não estava nada melhor. Mas mesmo sabendo disso aproximaste-te e tudo tomou uma proporção tão imensa e profunda que, quando dei por mim, já me sentia de novo disposta a aceitar que talvez o amor fosse algo real e que não era o facto de alguém tentar denegrir a sua imagem que faria dele um sentimento menos digno. Foi aí que prometi amar te até ao ultimo dia, para o bem e para o mal. Que disse que sempre estaria aqui para ti, de braços abertos, que podias confiar-me tudo. E sabes que mais? Faço intenção de manter a minha promessa!

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